segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Capítulo 31

Do que só você sabe
Do que ninguém desconfia
Do dia que vira noite
Da noite que vira dia

Da fuga impensada
Loucura faz-se alegria
Da dor da separação
Que traz de volta a agonia

Voltemos ao tempo primeiro
Sem tanta filosofia
Quando sentia por mim
O que eu também sentia.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Capítulo 30

O vento sopra
Não só em teus
Cabelos de ouro
Que cobrem o mundo,
Que cai a teus pés;

Mas o vento sopra
Por todo o teu corpo
Que estremece
De pavor - quente
Gelado de amor
A exalar perfume...
O cheiro da flor.
(Rabelo Debot - 1988)

Capítulo 29

Felicidade é você
Seus olhos dourados
Fitando o horizonte do meu ser

Revelando-me mil segredos
Que nem mesmo sei dizer
Retirados de mim mesma
Sem ao menos eu perceber

E realizando mil façanhas
Com meus pobres pensamentos
Que não são outra coisa
Senão o retrato de você.

1984

Capítulo 28

O mar
Estrada azul
Pro norte

Pro sul
Tudo azul
No velejar
Atropelar
A emoção
O coração
Do verde mar.


1986

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Capítulo 27

HALLEY

(...)

Também sou errante
Vou e volto ao mundo
Tenho vontade de ficar
Vontade de não mais partir
Mas tudo acaba um dia
Quando nasce o sol...

Mas sempre há esperança
Do sol de novo se pôr
E nós nos reencontrarmos
Num breve instante de amor
Intenso amor
Num breve instante de luz
Intensa luz
Depois do sol se pôr...

1985

Capítulo 26

INCIDENTE COTIDIANO

Na inocência aniquilada de um menino
Que, com uma faca sem cabo,
Num mar de pessoas indiferentes,
Tenta tomar minha carteira,
Descubro o verdadeiro sentido
Daquele que bate à minha porta
Pedindo comida e auxílio.
Do "não" que eu disse hoje cedo
Do "sim" que eu não quis dizer.

Nos olhos fundos
A realidade de noites mal dormidas;
Na inquietação,
O medo de ser pego novamente.

De repente uma sirene...
Prisão, morte, dor
Passam num flash por sua mente.
Esquece o relógio, a carteira,
Foge desesperadamente...

Acompanho com o olhar
Cacetetes, socos, gritos.
E lá vai mais uma vítima
Da realidade hostil;
Lá vai mais uma personagem
Desta poesia que criamos a cada dia.
1985

sábado, 28 de novembro de 2009

Capítulo 25

Flores, tudo que vejo
São flores, desejo
Do primeiro beijo
Mas antes fraquejo
Ao turvar a visão
Do puro coração
Agora em leilão
Por tua rejeição.
Fazem-se fracas
As cores, opacas
As folhas são facas
Quando me atacas
Assim, friamente.
Encontro na mente
A flor, a semente
Que me faz contente
Feliz novamente.

Capítulo 24

Parti.
Em busca de outros cantos
A procura de ti
Por entre tantos encantos
Em busca de ti, parti.

Parti.
Conheci a verdade
Quebrei, parti
Tamanha a saudade
Que senti de ti, parti.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Capítulo 23

Terminar
Agonia interminável
Intermitente
Teu olhar

Eternidade
Busca insaciável
Eternamente
Te amar.

Capítulo 22

Já não há palavras
Nada mais a dizer
Nada mais a ouvir
Ou fazer.

Nem o próprio silêncio
É agora bem vindo
No vácuo do sentimento
No vazio.

Não há o que dizer
Não há o que sentir
Tomara reste história
En-fim.

Capítulo 21

O grito
O susto
O gemido
O sussurro

O choro
O soluço
O consolo
O afago

A palavra
A mancada
A culpa
A dor.

Capítulo 20

Once I had this love
Come from up above
With the kindest eyes
And the sweetest smile.

When I had this love
I would never guess
In the very end
Should I be the one
To be lost and drowned
In the solitude sea.

sábado, 10 de outubro de 2009

Capítulo 19

Aquela tarde revelou
O mais intenso amor
Desejo realizado
No corpo do amado

Tanto tempo esperou
O mais profundo amor
Vindo de imensa dor
Do sonho despedaçado

Por fim então encontrou
O verdadeiro amor
Congelando o momento

Soprando como vento
Curando a imensa dor
Que, enfim, se dissipou.

Capítulo 18

Heavy heart
Out of breath
Have I thought
I would rest?

Without love
Without hope
Pain remains
No control...

Forgive me
Forget me
Nothing matters
Now it's death.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Capítulo 17

Procuro razão para a vida
Busco em vão no meu coração
Enquanto cresce a ferida
Alastra, comprime, abate
Enfraqueço, espero que mate
Entendo finita a minha porção.

De repente bate um vento
Lembrando a tal da esperança
Funciona como alento
O sol parece brilhar
A escuridão recuar
Trazendo a doce lembrança.

Depois outra vez a chuva
Em alternância sublime
Caindo como uma luva
Aos desejos de minha alma
Que enfim então se acalma
Já não há o que a anime.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Capítulo 16

When I saw the shadow
Coming by the lake
Rushed to throw the pebble
Disturbing it would make
Time was what I needed
For the last one good deed

Help me to bring the sun
Source of my inspiration
Once more a bit of fun
To the land of frustration
Where once I've been inspired
Happily and fully desired

If only there was any hope
To touch the sky again
Such burden I'd never cope
And here came the rain
Revealing all the weakness
No longer would be happiness.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Capítulo 15

Escuro é teu nome
Mistério sem par
Menino bonito
Tão fácil de amar

Distante de mim
Caminhas por perto
Em outro sonhar
Feliz eu desperto

Pois logo que vejo
Você a sorrir
Enxugo meu pranto
E volto a dormir.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Capítulo 14

It may have started all over again
Despite the warnings of my brain
'Cause when I laid my eyes on you
My heart could tell me it was true

But soon the promise was broken
Even if it was never spoken
Something was lost deep inside
A feeling missed or put aside

Because of you I was so bad
For the first time I was sad
You were vanished in my heart

Thought my whole body would part
And a shadow I will remain
Feeling nothing more than pain.

sábado, 5 de setembro de 2009

Capítulo 13

Usufruir do momento
Para chegar ao perpétuo.
Tateando a superfície
Buscando o profundo...

Chegamos frente a frente
Sem enxergar o real;
Vendo no outro
Parte de nós... apenas.

Afinal, o que somos?
Reflexos? Desejos?
Fantasmas do que fomos;
Ilusões do que seremos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Capítulo 12

Take me Home

What in this world
Can prevent me
From the deep blue sea?
What could possibly
Take me away from this sin?
If the magic of a thought
Brings me here again
So quickly and desperately
Hungry for love, hope, desire...

Desire is what drives me
Hoping to be loved
Longing to be kissed
Dying to be here,
In your arms.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Capítulo 11

Saudades do tempo
Em que me chamavas pelo nome
Em que teus sonhos
Eram povoados por mim.

Saudades do beijo
Do tempo primeiro
Aberto ao desejo...
Saudades de ti.

domingo, 30 de agosto de 2009

Capítulo 10

"Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start"
(Coldplay - The Scientist)


Never have I needed someone
Never have I felt so lonely
Miss you as I miss myself
Wondering if I should,
Hoping it lasts forever...

Never thought it to be easy
Nor whether it would linger
Love came and insists to stay
The only thing to be sure of
While wondering without hope.

Capítulo 9

Se foste do desejo o alvo
Quando me amavas
Sem impor condição,
Quando caíste
No profundo abismo
Do desinteresse
Fizeste-me sofrer
A dor do abandono
No caminho sem volta
Do fim da paixão.

Ao longo do caminho
Em meio a circunstâncias
Não existem vítimas.
Existem escolhas
Bem ou mal feitas
Que implicam em perdas
Muitas das vezes
Irreparáveis.

sábado, 29 de agosto de 2009

Capítulo 8

Sweet Angel

Your smile is so special
It fills my heart with joy
You look like an angel
Just like a God's toy.

I think of you all the time
You've grown up inside me
Now you complete my life
Like I thought it would be.

Capítulo 7

A m a r e l i n h a
*
Joga a pedra
Pula, pula
Vira e volta
Pega a pedra
Pula, pula
Repete uma
Duas
Três vezes...
Até alcançar
O céu!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Capítulo 6

I've been feeling out of place
There's nowhere I can feel home
Big cities are too noisy
The small ones too boring
I've been feeling out of town
Out of place, out of space
I've been feeling lonely
Mixed up, mixed feelings
What is right? What is wrong?
What if I stop to look around?
To look inside, to look at you...
What if I just stop and cry?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Capítulo 5

"Beija-flor que trouxe meu amor
Voou e foi embora
Olha só como é lindo o meu amor
Estou feliz agora"
(Natiruts - Presente de um beija-flor)


Um beija-flor veio cá
Bater asas em tua janela
Espiar-te por dentro
Visitar-te em teu en-canto

Foi um instante somente
A embelezar o que já é belo
A alegrar o que alegre é
Por natureza

Mas não te iludas
Não foi em vão
Trouxe paz de surpresa
Ao teu coração.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Capítulo 4

Last night it was as the first time
Your kiss was tender
Your hands were gentle...

Last night it was as the last time
With deep kisses
And grabby hands...

Last night you made me happy
Last night you made me cry
Tell me today you won't leave me
So I can live or die.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Capítulo 3

A verdade é que
Nunca te quis tanto...
E quando penso
Que cessou o encanto
Vens renovando
A cada canção
Nova centelha
Em meu coração.

A verdade é que
Sinto amor imenso...
Mas quando tudo acabar
Mesmo vivido intenso
Sonho parecerá.
Não mais que lembrança
De um tempo feliz
Banhado em esperança.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Capítulo 2

The world outside just melts away
When you say you're going to stay
It seems we've never been apart
You have always lived in my heart.

Even when I walked alone
You have always been the one
Coming at night to fill my dreams
Though unlikely it might seem.

To the stars which linger above
Every night I used to pray
That my love would come a day.

Come again my true one love
Make the world melts away
Say forever you're going to stay.

domingo, 23 de agosto de 2009

Capítulo 1

Não amo com tempo marcado
Com tamanho determinado
Com hora pra começar
Nem hora pra terminar.

Meu amor ultrapassa tudo
O tempo, o vento, o muro
Tem sabor de pecado
Certeza do amado.

E esse amor que não acaba
Transcende, viola, arrasa
Mas nunca chega até você.

Prefácio

Lanço-me aqui à árdua e solitária tarefa de escrever, mais por incentivo de bons amigos que aventuram-se a ler as linhas que minha auto-crítica deixa escapar, que pela certeza de uma boa produção.
Escrever, no entanto, é preciso, seja para o bem da organização do discurso e pelo desenvolvimento textual; seja pela tentativa de fazer fluir um conteúdo mental que já não permite mais ser represado, contido, enclausurado.