Eu ainda assim tão criança
Tenho viva a esperança
De comer o fruto que cai.
Onde vais, pai?
Quando lembro do teu riso
Ao nascer meu dente ciso
Criando juízo que vai.
Onde vais, pai?
Tu me ensinaste a sorrir
Mesmo tendo que partir
Na longa estrada que sai.
Onde vais, pai?
Tão cedo, mais um copo!
Não é sempre que topo
Com meu bom e velho pai.
Aprendi a colher contigo
O fruto do juízo e do riso
E na longa estrada aterriso
Sabendo em ti um amigo.
(José Marinho 1943-2010)